quinta-feira, 8 de maio de 2014

Feliz dia das mães

- Se tu pudesse escolher qualquer coisa do mundo, o que iria querer?
- Não sei... deixa eu pensar... qualquer coisa?
- Sim, qualquer coisa.
- Ah, sei lá. Não sei...
- Escolhe algo. Um carro, uma mansão, uma ilha...
- Uma mãe. Acho que era isso que eu iria querer.
- Uma mãe? Mas tu é órfã?
- Não.
- Mas e esses exemplos que dei? Sei lá... não prefere dinheiro infinito?
- Não. Uma mãe seria o bastante.

sábado, 3 de maio de 2014

Tempo e... pó

Quando criança ela contava o tempo pela distância entre seus aniversários. Almejava fazer as coisas que a irmã mais velha fazia. Quando chegou à escola, o tempo passou a ser contado por anos letivos. Para ela, por séries. O tempo se arrastava e os sonhos eram planos.
Na pré-adolescência  as dificuldades da vida a faziam sonhar com a independência da vida adulta. Desejava, então, que o tempo voasse.
Foi pouco depois que a vida começou a trazer outras preocupações: o que fazer, no que trabalhar, o que estudar... e o tempo voava como seus sonhos.
Então o tempo passou a ser medido pelos prazos entre um trabalho e outro, entre provas e, claro, entre o vencimento das contas. Os fios brancos que começavam a surgir não tinham a ver com sua idade, mas com o stress que fazia o tempo passar muito mais rápido do que deveria. Acabara de chegar aos vinte anos... o tempo voava e os sonhos ficavam de lado.
Hoje ela teme contar o tempo. Sua passagem a assusta. Ela quer fugir dessa realidade mas o espelho está lá, as fotos estão lá para dizer que o seu tempo está passando. As rugas estão aumentando, seu corpo não é o mesmo, as horas continuam passando e "tic-tac, tic-tac... o que você fez da vida, mesmo?" Ela se pergunta e chora. E procura aquela criança para quem um ano era uma eternidade e procura os sonhos da adolescente... e não os encontra mais. Hoje ela corre contra o tempo. E os sonhos ficaram em algum lugar do passado.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Se ela tivesse dito não

Se no dia que eu disse sim, ela tivesse dito não, eu não sentiria tanta saudade.
Se quando eu abri meus braços, ela não tivesse me prendido tanto, eu não acordaria abraçando o edredom.
Se ela não me olhasse com tanta ternura, não me entorpecesse com seu perfume, se o beijo não fosse tão doce.
Não fossem as mãos fortes e delicadas, não fosse o riso, o sorriso, os olhos miúdos ao acordar.
Se ela tivesse dito não.
Se ela tivesse dito não meu coração não doeria de saudade e o ar não faltaria a cada ausência.
Mas se ela tivesse dito não, eu não estaria aqui, não teria planos ou objetivos a alcançar.
Se ela tivesse dito não, eu não a teria.
E é só porque ela disse sim, que eu continuo a acreditar.
Porque quando eu disse sim para ela, ela disse sim pra mim.

As mulheres da minha vida

São e foram tantas. E quem disser que elas não têm importância, estará mentindo ou enganado. Nascemos delas, passamos grande parte da vida perto delas e ainda que não guardemos as melhores impressões, em algum momento havia pelo menos uma delas presente. Uma mulher, várias mulheres, as mulheres...

Mães, avós, professoras, amigas, quem sabe a tia da quitanda e porque não as amantes? Mulheres que cruzam nossos caminhos, que ficam por uma vida inteira, que ficam por um tempo, que ficam pelo momento de um beijo. Mulheres...

Há quem as julgue complexas e incompreensíveis. Eu as julgo como humanas e todos os seres humanos são assim. E assim o são, porque são sempre únicos e insubstituíveis. E assim foram as mulheres que passaram por mim. Assim são mulheres que deixam sorrisos guardados, lembranças, cicatrizes. As que incomodam e as que encantam. As mulheres que criei. As mulheres da minha vida.